martes, 23 de julio de 2013

Texto oficial del Discurso de la Sra. Dilma Rousseff Presidenta de Brasil al Santo Padre Francisco en el Palacio de Guanabara. En Portugúes

Rio de Janeiro-RJ, 22 de julho de 2013

Sua Santidade Papa Francisco,

Senhoras e senhores,

Com grande alegria, Papa Francisco, dou-lhe as boas-vindas ao Rio de Janeiro e ao Brasil. É uma honra para o povo brasileiro recebê-lo. Honra redobrada, em se tratando do primeiro Papa latino-americano.

Sua Santidade,

O Brasil e seus mais de 50 milhões de jovens acolhem, de braços abertos, os peregrinos de dezenas de países que vieram para esta grande celebração que é a Jornada Mundial da Juventude.

Saúdo, em particular, o governo do estado do Rio de Janeiro, a prefeitura do Rio de Janeiro e a Arquidiocese do Rio de Janeiro, a quem agradeço os esforços dedicados que tornaram possível esse grande evento.

A presença de Sua Santidade no Brasil nos oferece a oportunidade de renovar o diálogo com a Santa Sé em prol de valores que compartilhamos: a justiça social, a solidariedade, os direitos humanos e a paz entre as nações. Conhecemos o compromisso de Sua Santidade com esses valores. Por seu sacerdócio entre os mais pobres, que se reflete até mesmo no próprio nome escolhido como Papa, uma homenagem a São Francisco de Assis, sabemos que temos, diante de nós, um líder religioso sensível aos anseios de nossos povos por justiça social, por oportunidade para todos e dignidade cidadã.

Lutamos contra um inimigo comum: a desigualdade, em todas as suas formas. Essa convergência orienta o diálogo do Estado brasileiro com todas as religiões, um diálogo marcado pelo respeito à liberdade de crenças e de culto e pela convivência com a diferença. Não poderia ser distinto em um país que acolheu e acolhe todas as culturas e todas as religiões.

Em seu discurso de 16 de maio, Vossa Santidade manifestou preocupação com as desigualdades agravadas pela crise financeira e o papel nocivo das ideologias que defendem o enfraquecimento do Estado, reduzindo sua capacidade de prover serviços públicos de qualidade para todos. Manifestou sua preocupação com a globalização da indiferença, que deixa as pessoas insensíveis ao sofrimento do próximo.

Compartilhamos e nos juntamos a essa posição. Estratégias de superação da crise econômica, centradas só na austeridade, sem a devida atenção aos enormes custos sociais que ela acarreta, golpeiam os mais pobres e os jovens, que são pelo mundo afora as principais vítimas do desemprego. Geram xenofobia, violência e desrespeito pelo outro. O Brasil muito se orgulha de ter alcançado extraordinários resultados nos últimos dez anos na redução da pobreza, na superação da miséria e na garantia da segurança alimentar à nossa população.

Fizemos muito, e sabemos que ainda há muito o que ser feito. Nesse processo, temos contado com a profícua parceria com a Igreja. As pastorais católicas, por exemplo, tem sido importantes parceiras do governo brasileiro na atenção aos segmentos mais vulneráveis de nossa população, como também na promoção da defesa dos direitos das nossas crianças e adolescentes, na defesa dos direitos das pessoas que vivem nas ruas, na garantia da dignidade dos direitos nos presídios.

Temos buscado apoiar a disseminação das experiências brasileiras em outros países. Agora mesmo, estamos engajados no apoio à adoção de tecnologias sociais para melhorar a capacidade produtiva entre pequenos agricultores na África, e para criar canais de comercialização que lhes permitam obter resultados econômicos mais justos e adequados, inclusive por meio do fornecimento de alimentação escolar. Apoiamos também a difusão de programas de transferência de renda, do tipo do Bolsa Família, em vários países da África e da América Latina.

Acreditamos que o apoio da Igreja, apoiando esses processos, pode transformar iniciativas ainda pontuais em iniciativas globais, em iniciativas efetivas para garantir a segurança alimentar e combater a pobreza e a fome no mundo. Sabemos que a fome e a sede de justiça têm pressa.

A crise econômica que desemprega e retira oportunidade de milhões pelo mundo afora nos obriga a um novo senso de urgência para combater a desigualdade. A participação de Vossa Santidade, um homem que veio do povo latino-americano, que veio da nossa irmã vizinha Argentina, agregaria mais condições para criar uma ampla aliança global de combate à fome e à pobreza, uma aliança de solidariedade, uma aliança de cooperação e humanitarismo, disseminando as boas experiências, entre outras, aquelas obtidas aqui no Brasil.

Santidade,

Nós, brasileiros, somos mulheres e homens de fé. A fé é parte indelével do espírito brasileiro. Falo da fé religiosa e falo também da crença que cada um de nós, brasileiras e brasileiros, temos quanto a nossa capacidade de melhorar nossa vida, a crença que o amanhã pode ser melhor que hoje. Essa crença que nós mesmos e em nós mesmos e no outro é um dos traços marcantes do povo do meu país.

Sabemos que podemos encarar novos desafios e tornar nossa realidade cada vez melhor. Esse foi o sentimento que moveu, por exemplo, nas últimas semanas, centenas de milhares de jovens a irem às ruas. Democracia, como sabe Vossa Santidade, gera desejo de mais democracia, e inclusão social provoca cobrança de mais inclusão social, qualidade de vida desperta anseio por mais qualidade de vida.

Para nós, todos os avanços que nós conquistamos são só um começo. Nossa estratégia de desenvolvimento sempre vai exigir mais, tal como querem todos os brasileiros e todas as brasileiras. Exigem de nós aceleração e aprofundamento das mudanças que iniciamos há dez anos.

A juventude brasileira tem sido protagonista nesse processo e clama por mais direitos sociais: mais educação, melhor saúde, mobilidade urbana, segurança, qualidade de vida na cidade e no campo, o respeito ao meio ambiente. Os jovens exigem respeito, ética e transparência. Querem que a política atenda aos seus interesses, aos interesses da população e não seja território dos privilégios e das regalias. Desejam participar da construção de soluções para os problemas que os afetam.

Os jovens querem viver plenamente. Estão cansados da violência que muitas vezes os tornam as principais vítimas. Querem dar um basta a toda forma de discriminação e ver valorizadas sua diversidade, suas expressões culturais. Tal como em várias partes do mundo, a juventude brasileira está engajada na luta legítima por uma nova sociedade.

E esse é um momento muito especial para realização dessa Jornada Mundial da Juventude. Potencializa o que os jovens têm de mais valioso e revigorante, e isso nós estamos vendo aqui nas ruas do Rio de Janeiro: a alegria, o otimismo, a fraternidade, a coragem e valores cristãos.

É oportunidade para discutir e buscar todos os novos valores para renovar as esperanças por um mundo melhor. Estou certa que essa celebração da juventude durará muito mais que os seis dias da programação oficial e perdurará no coração de todos os que dela participarem.

Seja bem-vindo ao Brasil, Papa Francisco. Sejam bem-vindos jovens de todo o mundo. Sintam-se em casa nesta cidade maravilhosa que é o Rio de Janeiro e em todo o Brasil, e levem daqui como melhor lembrança o carinho do nosso povo. Muito obrigada!

Palabras de la Sra. Dilma Rousseff, Presidenta de Brasil al Santo Padre Francisco en el Palacio de Guanabara. Traducción al español.

El Discurso oficial está en Portugués, la traducción al español ha sido realizada de manera libre por el conductor del programa "Fenómenos del Espíritu" Alfredo Martínez.






Su Santidad el Papa Francisco,

Señoras y señores,

Con gran alegría, Papa Francisco, le doy la bienvenida a Río de Janeiro y Brasil. Es un honor para el pueblo brasileño que lo recibe. Es una honra redoblada tener al primer papa latinoamericano.

Su Santidad:

Brasil y sus más de 50 millones de jóvenes dan la bienvenida con los brazos abiertos, a los peregrinos de decenas de países que llegaron a esta gran fiesta que es la Jornada Mundial de la Juventud.

Saludo en particular, al gobierno del estado de Río de Janeiro, a la ciudad de Rio de Janeiro y de la Arquidiócesis de Río de Janeiro, a quien agradezco la dedicación con que han hecho posible este gran evento.

La presencia de Su Santidad en Brasil, nos ofrece la oportunidad de reanudar el diálogo con la Santa Sede en favor de los valores que compartimos: la justicia social, la solidaridad, los derechos humanos y la paz entre las naciones. Sabemos del compromiso de Su Santidad con estos valores. Por su sacerdocio entre los más pobres, lo que se refleja incluso en el nombre elegido como Papa, un homenaje a San Francisco de Asís, sabemos que tenemos ante nosotros, un líder religioso sensible a las aspiraciones de nuestros pueblos por la justicia social, por oportunidad y la dignidad de todos los ciudadanos.

Luchamos contra un enemigo común: la desigualdad en todas sus formas. Esta convergencia orienta el diálogo del Estado brasileño con todas las religiones, un diálogo caracterizado por el respeto a la libertad de creencia y de culto y la vida con diferencia. No podría ser distinto en un país que dio la bienvenida y acoge a todas las culturas y todas las religiones.

En su discurso del 16 de mayo, Su Santidad expresó su preocupación por las desigualdades exacerbadas por la crisis financiera y el papel nocivo de las ideologías que defienden el debilitamiento del Estado, lo que reduce su capacidad para prestar servicios públicos de calidad para todos. Expresó preocupación por la globalización de la indiferencia que hace que las personas insensibles al sufrimiento de los demás.

Compartimos y nos unimos a esta posición. Estrategias para la superación de la crisis económica, centrándose únicamente en la austeridad, sin la debida atención a los enormes costos sociales que conlleva, golpea a los pobres y los jóvenes de todo el mundo que son las principales víctimas del desempleo. Generan xenofobia, violencia y falta de respeto por los demás. Brasil está muy orgulloso de haber logrado excelentes resultados en la última década en la reducción de la pobreza, la superación de la pobreza y garantizar la seguridad alimentaria de nuestro pueblo.

Hicimos mucho y sabemos que aún queda mucho por hacer. En el proceso, hemos contado con la colaboración fructífera con la Iglesia. Las pastorales católicas, por ejemplo, han sido socios importantes del gobierno de Brasil en la atención a los sectores más vulnerables de nuestra población, sino también en la promoción de los derechos de nuestros niños y adolescentes, en la defensa de los derechos de las personas que viven en las calles, en velar por la dignidad y los derechos en las cárceles.

Hemos tratado de apoyar la difusión de las experiencias brasileñas en otros países. En este momento, estamos comprometidos en apoyar la adopción de tecnologías sociales para mejorar la capacidad productiva de los pequeños agricultores de África, y para crear canales de comercialización que les permitan obtener resultados económicos más justos y adecuados, en particular mediante el suministro de comidas escolares. Apoyamos también la distribución de los programas de transferencia de ingresos, como Bolsa Familia en varios países de África y América Latina.

Creemos que el apoyo de la Iglesia, el apoyo a estos procesos puede transformar incluso las iniciativas puntuales en iniciativas globales en iniciativas eficaces para garantizar la seguridad alimentaria y combatir la pobreza y el hambre en el mundo. Sabemos que el hambre y la sed de justicia tienen prisa.

La crisis económica que desemplea y retira oportunidades para millones de personas alrededor del mundo nos obliga a un nuevo sentido de urgencia para hacer frente a la desigualdad. La participación de Su Santidad, un hombre que viene de los pueblos latinoamericanos, que procede de nuestra hermana vecina Argentina, agregará más condiciones para crear una amplia alianza mundial para combatir el hambre y la pobreza, una alianza de solidaridad, una alianza de cooperación y el humanitarismo, la difusión de buenas experiencias, entre otras, las obtenidas en Brasil.

Santidad:

Los brasileños somos hombres y mujeres de fe. La fe es una parte indeleble del espíritu brasileño. Habla de la fe religiosa y hablar también de la creencia de que cada uno de nosotros, brasileños y brasileñas tenemos como nuestra la capacidad de mejorar nuestras vidas, la creencia de que el mañana puede ser mejor que hoy. Esta creencia en nosotros mismos y en el otro es una de las señas de identidad de la gente de mi país.

Sabemos que nos enfrentamos a nuevos desafíos y hacer que nuestra situación mejor. Esta fue la sensación que movió, por ejemplo, en las últimas semanas, a cientos de miles de jóvenes en las calles. La democracia, como usted sabe Su Santidad, genera el deseo de más democracia, la inclusión social y la recuperación provoca una mayor inclusión social, la calidad de la vida despierta anhelo de una mejor calidad de vida.

Para nosotros, todos los avances que hemos logrado son sólo el comienzo. Nuestra estrategia de desarrollo siempre va a exigir más, tal como lo quieren todos los brasileños y todas las brasileñas. Nos requieren una aceleración y profundización de los cambios que se iniciaron hace diez años.

La Juventud brasileña ha sido protagonista en este proceso y pide más derechos sociales: más educación, mejor salud, la movilidad urbana, la seguridad, la calidad de vida en la ciudad y el país, el respeto por el medio ambiente. Los jóvenes exigen el respeto, la ética y la transparencia. Desea que la política se ajuste a sus intereses, los intereses de la población y no sea territorio de privilegios y prebendas. Desean participar en la construcción de soluciones a los problemas que les afectan.

Los jóvenes quieren vivir plenamente. Están cansados ​​de la violencia que a menudo los convierte en las principales víctimas. Quieren poner fin a todas las formas de discriminación, y ver recuperada su diversidad, sus expresiones culturales. Al igual que en muchas partes del mundo, los jóvenes brasileños se dedican a la legítima lucha por una nueva sociedad.

Y este es un momento muy especial para la realización de esta Jornada Mundial de la Juventud. Potencializa lo que los jóvenes tienen como más valioso y estimulante, y que estamos viendo aquí en las calles de Río de Janeiro: la alegría, el optimismo, la fraternidad, el valor y los valores cristianos.

Es una oportunidad para discutir y buscar todos los nuevos valores para renovar las esperanzas de un mundo mejor. Estoy seguro de que esta celebración de la juventud va a durar mucho más tiempo que los seis días de la programación oficial y perdurará en los corazones de todos los que participan.

Bienvenido a Brasil, el Papa Francisco. Sean bienvenidos los jóvenes de todo el mundo. Siéntanse como en casa en esta maravillosa ciudad que es Río de Janeiro y en Brasil, y lleven en su mejor memoria el cariño de nuestro pueblo. ¡ Muchas Gracias!

Transmision en Vivo. Misa de Apertura de la Jornada Mundial de la Juventud Rio 2013